No primeiro ano de monitoramento do desmatamento da Amazônia inteiramente dentro do governo Bolsonaro (o ano de referência vai de agosto a julho do ano seguinte), o aumento da derrubada de mata foi de 34% em relação ao período anterior. Isso é o resultado de uma política permanente de estímulo ao crime ambiental e de incitação a desmatadores de todo tipo: garimpeiros, grileiros, madeireiros.
O ministro da economia, com a truculência verbal de sempre, cobra de governos estrangeiros o que gerações passadas fizeram, quando não se tinha a quantidade de informações científicas de hoje sobre a importância da conservação de ecossistemas. Essa linha de discussão não nos absolve de cumprir a nossa parte nos acordos internacionais, que é, sim, reduzir drasticamente o desmatamento na Amazônia, usina de produção de chuva que beneficia, inclusive, o agronegócio brasileiro, um dos pilares de sustentação deste (des) governo. Na verdade, indo por esse caminho, Paulo Guedes mostra que não quer chegar a lugar algum.
Já o ministro (????) do meio ambiente, Ricardo “Boiada” Salles, faz de conta que não é com ele e sequer se dá ao trabalho de comentar os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e que deverão ser ainda maiores, quando forem divulgados os números consolidados de monitoramento, do sistema Prodes, no fim do ano.
A bola sobra para o vice, Hamilton Mourão, chefe do Conselho da Amazônia, que faz o que todo militar faria: despachou o Exército pra região. Como se tudo se resolvesse na base do coturno. Não está dando resultado e nem dará. Reportagem de Fabiano Maisonnave, na Folha de São Paulo, mostrou que nesta semana o Ministério da Defesa impediu uma operação do Ibama contra o garimpo ilegal na terra indígena dos Munduruku, que certamente resultaria na destruição de equipamentos dos garimpeiros.
Essa atividade tem não só desmatado a floresta, mas poluído o rio Tapajós com mercúrio. Um laudo da Polícia Federal mostra que a poluição já chegou até mesmo nas praias do vilarejo de Alter do Chão, mundialmente conhecido pela beleza do lugar. Há registro de indígenas contaminados na região. Estamos diante de um governo que pode ser qualificado não apenas como genocida, mas também ecocida.
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